terça-feira, 12 de junho de 2012

Um Pouco Mais Sobre Câmbio e Competitividade e Saint of Paul Oco

      Ontem vi que as exportações do agronegócio bateram recorde em maio.  Entre os produtos que se destacaram a carne e o açúcar e o álcool.

      Vou me ater apenas ao açúcar e o álcool.  E, para simplificar, já que ambos os produtos são extremamente correlacionados vou me referir a ambos, como se fossem um produto só: o álcool.

            Sabemos que os preços das commodities são formados nos mercados internacionais e que, por razões diversas, seus preços são inversamente correlacionados com a cotação do dólar.  Esta segunda relação será neste texto propositalmente esquecida, então, vamos supor que os preços das commodities estão estáveis nos mercados globais.

             A partir da suposição da estabilidade do preço do álcool no mercado internacional, podemos verificar alguns efeitos importantes da atual política cambial.

             Primeiro, já que o produtor de álcool pode escolher entre vender no mercado interno ou exportar, ele preferirá a opção de maior retorno.  Assim, a medida que o dólar sobe mais produtores preferirão  exportar e, como consequência, haverá menor oferta do produto localmente, elevando seus preços para o consumidor brasileiro, de tal forma que oferta e demanda se equilibrem.   Se os mercados forem perfeitos, a quantidade consumida no Brasil de álcool será menor e a um preço maior.

             Apenas para ficar muito claro: uma alta na taxa de câmbio, ceteris paribus, reduz o consumo e aumenta os preços do álcool e do açúcar no mercado interno.  Tal raciocínio pode ser replicado para qualquer commoditie: arroz, feijão, milho, soja, etc...   Se você que está lendo, está tão feliz quanto eu, você ficará ainda mais feliz agora, que vou contar um pouco sobre Saint of Paul Oco

                 Lá em Saint of Paul Oco a Petropaul  não reajusta os preços - defasados - dos combustíveis devido a ingerência da pequena sereia.  Como o preço do álcool, graças as embarcações flex, é limitado à um percentual do preço da gasolina, já que acima de determinado nível todos os moradores de Saint of Paul  Oco vão preferir abastecer apenas com gasolina, se a demanda externa (dos países da superfície) for grande o suficiente todo o álcool seria exportado.

                É evidente que esta situação limite (todo o álcool de Saint of Paul Oco) não ocorre. Mas, em algum grau acontece, se consumindo menos álcool e mais gasolina.  O usineiro buscará sempre a melhor combinação (isto é aquela que maximiza seu lucro) de produtos que ele deve vender (açúcar ou álcool) e o qual volume será exportado ou será vendido localmente.  Inevitavelmente, o consumidor local sofrerá algum impacto, já que os incentivos são maiores para ele aumentar sua exportação.

                 Devido a redução no consumo do álcool, a Petropaul precisa importar mais gasolina ou petróleo da superfície para abastecer o mercado de Saint of Paul Oco.  Mas, como os preços em Saint of Paul Oco estão defasados o lucro da Petropaul cai.
           
                  Noves fora, Petropaul perde, usineiros ganham.  Foi criado um mecanismo de transferência de renda da Petropaul para os usineiros.

                   Chegamos ao ponto deste texto: diz a lenda que Saint of Paul Oco, chafurdou cada vez mais na  merda devido as políticas discricionárias que reduziam sua competitividade devido as ineficiências alocativas.

                   Se isto acontecesse no Brasil, quem pagaria a conta seríamos NÓS!!!


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