quinta-feira, 21 de junho de 2012

COMPETITIVIDADE E IMPOSTOS (E DEPOIS UMA ESTÓRIA SOBRE O REI NU)


                Ontem recebi a apresentação preparada por uma importante gestora.  Um dos gráficos apresentados está abaixo (os dados são da OCDE e da Receita Federal  - elaboração do Gráfico do CSHG).



                Duas coisas, que já foram tema deste blog, são claramente visíveis:
1)                           A carga tributária brasileira não é  tão elevada (31% do PIB x 33% do PIB para a média dos países da OCDE);
2)                           Tributa-se pouco a renda das pessoas físicas e se tributa muito sobre produtos e empresas

As consequências desta política tributária são que a classe média e os pobres acabam arcando, indiretamente, com a maior parte dos custos e de outro lado os “rentistas” pagam muito pouco imposto.  Em relação à competitividade, já que o IR das empresas é maior e os impostos que incidem sobre bens e serviços são maiores, ceteris paribus, os produtos brasileiros são sempre mais caros, mas é óbvio que esta ilação é estúpida, já que a torcida do flamengo sabe que o problema é no câmbio, né?

A profusão de Families Offices é um reflexo desta realidade tributária.  O ex-empresário que, por ventura, vendeu seu negócio não vê razões para investir (no sentido econômico, ie, voltar à atividade produtiva) e prefere montar uma estrutura para administrar suas aplicações no mercado financeiro.  Fique claro que esta é, na maioria das vezes, a melhor decisão, posto que, conforme a estrutura ou ativos que se aplique o imposto tende a zero, ao passo que na atividade produtiva ele arcará com alíquotas de imposto acima de 20%....  Escolha fácil!

Sendo repetitivo: não adianta estabelecer subsídios e benesses setoriais, que além de não resolverem o problema, aumentam distorções.

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A FOTO DO REI NU

Parece que anteontem alguém na multidão decidiu gritar: “O rei está nu!!”

O engraçado é que faz tempo que o rei esta nu.   Afinal, não é de hoje que Maluf, Collor, Sarney e Lula partilham palanques.  Até onde sei, na esfera federal os partidos destes fazem parte ou fizeram parte da base de sustentação do governo.  Qual a surpresa?

Me indigna também a reação da ex-candidata a vice-prefeita que disse: “A aliança com esse quadro político exaurido que está aí é norma mesmo quando não há identidade ideológica” (grifos meus, fonte o ESTADO, pag A4 20/06/2012).  Na capa do mesmo jornal vemos a seguinte observação, que ela “teria dito que o problema não era a coligação em si, mas a forma como ela foi conduzida”.  

O REI NU pode caminhar por aí fudendo todo mundo, desde que  ninguém perceba !

A propósito vale citar um conhecido aforismo:  “Ética é o que você faz quando tem alguém por perto… O que você faz quando não tem ninguém por perto chama-se caráter.

Em tempo:  eu acredito que todos políticos tentam ser éticos, de verdade!

3 comentários:

  1. Sidão. Bonito diagrama em números relativos e que não diz o mais importante,ou seja: No que e como alocam o recolhido em impostos? A saude é péssima, educação idem e segurança ibidem.USA e Europa ofereçem serviço público de boa e alta qualidade, sobretudo nos tres itens indicados.
    Aliás, em alguns países nórdicos a carga tributária chega próximo aos 45%, valendo a pena conhecer da oferta pública aos cidadãos.
    E aqui, no varonil amado Brasil,além da merda que nos oferecçem, temos que adicionar o componente corrupção endêmica, do sobrepreço a gatunagem direta sem que nada mude, ou melhor só piora, e nada aconteçe!, levando cada vez mais ao descrédito da Justiça, lei-se tribunais. Exagero?, vc acredita na imparcialidade da ju$tiça quando se trata de político$?, veja hoje, aquele mesmo Desembargador Tourinho Dantas que queria melar a cachoeirada, libertou outro envolvido do mesmo grupo. E os fazedores de leis,leia-se Congresso, creio que as fazem já prevendo serem os réus de amanhã.
    Em suma. É tudo muito bonito, diagramas, projeções, análises, comparações que não mostram a realidade, o dia a dia.
    Marito Cobucci
    PS. A Erundina mostrou-se Erundina em quem nunca votei ou votarei. Fiel a seus princípios. Os demais fieis as conveniências.

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  2. Concordo com você. Mas, estava mostrando apenas uma face da moeda. A outra, como você bem ressaltou também é muito ruim, os impostos cobrados não retornam para a sociedade na forma de benefícios mínimos (segurança, educação e saúde).
    Quanto aos princípios da tia do pão de queijo, só enxergo um: oportunismo. Ora pois, ela tinha topado a coligação com o PP, o que a revoltou foi a foto. Ou seja, o princípio é apenas um: os fins justificam os meios, desde que eu não me comprometa.

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  3. Gostei da frase sobre ética e carater.
    Mas a analise quantitativa abordada esconde o desvio ético (público) e revela o caráter (privado) distorcido de boa parcela da sociedade. Pode-se ver que sobre ética, muitos desvios podem ser feitos pelos OCDEs, EUAs, EUs.Já o carater deles, na maioria, é correta. Resumindo. Consert-ase a sociedade, que ai o modelo proposto acima funciona

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