sexta-feira, 22 de junho de 2012

Essa Crise não é Nossa! (mas, vai ser) e a Crise em Saint of Paul Oco

       Hoje no jornal Valor encontramos 2 frases destacadas do atual diretor-geral da OMC, Pascal Lamy que veem ao encontro de meu pensamento sobre a situação econômica global e que são cabíveis ao tema deste post, vamos a elas:

       "Os líderes recuaram.  Menos eles cooperam, mais a crise vai durar e, mais a crise dura, menos eles serão legítimos e menos vão cooperar"
       "Se perguntarmos quais são as questões da Rio+20, ninguém sabe.  Isso é representativo da atonia da situação internacional"



       Afora o fato de eu achar de mau gosto a crítica quase debochada da situação econômica européia, várias declarações de políticos brasileiros demonstram um grave autismo econômico e cooperam com o aprofundamento da crise internacional.   Estando geograficamente distantes do centro da crise e, por enquanto, relativamente imunes aos seus piores efeitos, nossos "líderes" deveriam tentar contribuir e cooperar de fato para a solução ao invés de adotar a postura "isso não é comigo".

          A frase "a crise não é nossa" faz parte de um discurso da autoridade monetária brasileira. Outro prócer da república debochou "a luz no fim do túnel é o trem" que vai passar sobre os europeus.... ha ha ha. Morri de rir.  No caso do primeiro, o individuo parece cultivar a dialética de forma extremada, pois mesmo afirmando que a crise não é nossa, dirige a política monetária pautando-a pelos efeitos da crise na terra brasilis...

         A crise é de todos!  Ignorar isso é um desastre.  Os riscos de contágio são estúpidos. Os fundamentos  brasileiros ainda são bons, mas são frágeis e o sinal é de piora.  Para que ninguém seja ludibriado pelos números supostamente excelentes do Brasil, vou reproduzir alguns trechos de uma matéria, também no jornal Valor de hoje: 
        "A Irlanda é uma prova viva de que austeridade fiscal, por si só, não deixa ninguém imune a crises" 
        "O país tinha as finanças públicas em ordem até ser atingida pela crise financeira internacional... A dívida do governo equivalia a 24,8% do PIB, endividamento menor que o do Brasil de hoje, da ordem de 36% do PIB."
        "O pecado da Irlanda foi uma bolha no mercado imobiliário, financiado por um sistema financeiro com regulação e supervisão inadequadas. Para evitar uma quebradeira, com efeitos potencialmente devastadores sobre a economia, o governo foi obrigado a socorrer os bancos com dinheiro público.  A dívida subiu para 108,2% do PIB em 2011".
          
          Quem me conhece sabe que eu não acredito na ideia de bolha imobiliária no Brasil, mas alguns ajustes irão acontecer e já estão a caminho.   Quanto a socorrer bancos...  A propósito, a razão de eu ter dado destaque à questão da regulação e supervisão inadequadas foi justamente para fazer um contra-ponto.  Aqui no Brasil, felizmente, vemos a atuação rápida que identificou vários rombos em bancos médios nos últimos anos.... Parabéns a nós.  Somos imunes a crises.

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A CRISE EM SAINT OF PAUL OCO

           Óbvio que a crise na superfície não tem nada a ver com a economia de Saint of Paul Oco.  Saint of Paul Oco, diz a lenda, está submersa num mar de merda, que jorrou da política.

            Apesar dos bancos Atchim, da Ursa Maior e o GranAtlantidano, em Saint of Paul Oco a autoridade monetária se vangloria do moderno sistema estatístico que identifica fraudes com uma antecedência de uns 3 anos depois.    A regulação e a supervisão não era problema para eles que contam com modernos sistemas computacionais, assim, incentivar o crescimento do crédito não era preocupação, apesar da inadimplência elevada e crescendo.

            As condições econômicas de Saint of Paul Oco eram tão excelentes, apesar dos problemas dos países da superfícies, que em certa data (por exemplo ontem), aprovaram uma emenda, numa comissão, que acaba com os tetos salariais para os servidores públicos.     Os números fiscais auspiciosos de Saint of Paul Oco mereciam ser comemorados, já que o risco do sistema financeiro era nenhum, isto por que, a maior parte do crescimento do crédito nos anos antes do fim do mundo, foi feito por bancos públicos.  Grande sacada, se quem quebra são os bancos públicos não haverá desgaste com o socorro de bancos privados !

               Outra grande sacada foi fazer aumentos de capitais nos bancos públicos. Afinal, aumento de capital não impacta no déficit público, e para que a dívida líquida do governo não aumente é só não haver inadimplência.

            Lá em Saint of Paul Oco, os fundamentos eram excelentes, tão bons, que o setor público não precisava prover segurança, nem educação, muito menos saúde. Seus cidadãos estavam tão bem, na merda, que podiam se virar sozinhos e ainda lhes sobrava dinheiro para pagarem muitos impostos, sustentando elevados gastos públicos jamais revertidos ao público. É o que lá eles chamavam de PPP (parceria público privada); "a gente arrecada dinheiro público para enfiar na privada".

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Bom dia a todos !









        

Um comentário:

  1. Sidão. Políticos e autoridades brasileiras opinando sobre a crise européia é brincadeira. Se tão só os indicadores econômicos fosses o suficiente a projetarem, exceto matematicamente, o advir nada aconteceria. veja só, se não entendemos nem o que ocorre aqui, imagine lá: outra cultura dada a história, outras exigências sociais etc etc.
    Em suma: o negócio à segurança será sempre o dolar, sim o mesmo daquele país que ia quebrar ao mesmo tempo em que todos os paíse, incluído o varonil amado Brasil, botava lá suas reservas!!!, imagine se não fosse quebrar!!
    Ninguém daqui entende nada, a começar pelos analistas , e pelo governo petista, os quai só foram conhecer os EUA/Europa depois de se tornarem governo.
    Se conseguirem esclareçer nossa bagunça tocada por expedientes, por falta de planos e princípios, dá pra aguentar; afinal estamos acostumados ao jeitinho como bem disse o Ministro dos esportes quanto ao andamento das obras da Copa.
    Rio + 20?, ontem no Globo News, vários físicos e meteorologistas com PhD nas matérias, frise-se, desmentiram o tal de aquecimento. Pra esses cientistas ocorre exatamente o contrário.: a Terra está esfriando tal qual nos intervalos dos períodos glaciares .
    Nossos brilhantes, fanáticos ambientalistas sustentados por ONG "estatais" ou de demagogos, comandados entre outras como a ex senadora do Acre, Marina Silva nessas horas silenciam....ou dizem por terceiros pau-mandados: os homens são os culpados! Por parte de quem ela esperava de ações?, dos quatis!!
    Vc já notou que os "ambientalistas" trajam-se com materiais sintéticows?, veja: tenis, mochila, relógio e caneta de plástico, capacete de bike, bermudas, cuecas provavelmente, camiseta com material sintético e, como se não bastasse, ciclam na contra mão. Não dá pra levar a sério
    Marito Cobucci

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