Quando olhamos o PIB por item,
vemos que as piores variações são da FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo =
Investimentos), Consumo do Governo e serviços.
Vemos que o pior desempenho é o
dos Investimentos. Há duas razões para
isso, de um lado o mercado imobiliário, ainda forte, mas que desacelerou. A outra razão menos evidente é a taxa de
câmbio. Neste ponto, muitos se confundem.
Os investimentos no Brasil são
fortemente dependentes da importação de bens de capitais, sendo assim, um
aumento na taxa de câmbio reduz, a priori, os investimentos. Além disso, as barreiras – principalmente tarifárias
– para a captação externa reduziu importante fonte de financiamento e tendo em vista que o financiamento externo é uma importante fonte de capital, a desvalorização da moeda afeta o custo dos investimentos !
Além da política cambial ter
jogado contra, temos a questão das expectativas, que foram impactadas pelos
discursos confusos dos policy makers, recheados de voluntarismo, e de brados contra certos
segmentos. É sintomático o caso das concessões no setor de energia, mesmo que
comemorado pela FIESP, a forma e a confusão do anúncio pareceu uma
agressão às concessionárias.
Certamente, há razão em se rever o modelo e detalhes das concessões,
mas, a postura precisa ser construtiva e não combativa, sob pena de se
afugentar investidores. As medidas
antes de serem implementadas precisam ser debatidas e extensivamente estudadas,
até para que, não seja necessário revê-las, como está sendo o caso agora.
Discursos agressivos e
voluntaristas afugentam o investimento.
O segundo grupo com pior
desempenho foi o de serviços. “O setor de serviços cresceu 1,4% na comparação
com o mesmo período do ano anterior. Influenciada pela redução do spread
bancário e da taxa de juros Selic, bem como o aumento da inadimplência, a
intermediação financeira e seguros recuou 1,0%, seguida pelo transporte,
armazenagem e correio (-0,7%). As demais atividades registraram crescimento:
Administração, saúde e educação pública (2,7%), serviços de informação (2,3%),
outros serviços (1,7%), serviços imobiliários e aluguel (1,5%) e comércio
(1,2%).” (fonte IBGE)
Vemos no texto do IBGE que a “intermediação
financeira” puxou o desempenho do grupo para baixo. Interessante é observar que este segmento foi
um dos que mais sofreu com “intervenções” da política econômica ativista. Não podemos, entretanto, deixar de observar
que parte deste desempenho negativo provém de certos bancos que sofreram
intervenções ou que estavam/estão apresentando resultados negativos.
Como tem virado praxe, seguindo o conselho de um amigo, não
vou alongar mais o texto. A mensagem que eu quero passar é que o PIB
cresceu pouco por uma simples razão: excesso de voluntarismo governamental!
Bom.Vou divulgar seu blog aos meus alunos. Está muito instrutivo!
ResponderExcluirVampire
Querido colega economista, entendo quando fala da taxa de cambio e barreiras tarifarias para investimento externo. Entretanto, temos ainda que analisar o dinheiro que entra so para especulação. Vamos combinar, que especulação é necessária mas em demasia ela prejudica o investimento do país. Concorda com esta demenda. O problema é a dosagem sempre a dosagem, o caminho do meio. Dificil isto. Fato é como acreditar e investir em algo que é muito volatil, a decisao governamental hoje é baseada em que?
ResponderExcluirVampire